Este é
o segundo episódio da série “Ônibus que você não verá mais nas ruas de SP”. E o
que vamos falar? Sim, dos primeiros biarticulados de SP, que em dentro de 6
anos faria o Sr. Ruas criar o Topbus. Então vamos lá, já que esta postagem vai
ser meio rápida.
No ano de 1995, quando os biarticulados faziam maior sucesso em Curitiba, Marcopolo e Volvo quiseram fazer um biarticulado para outros mercados brasileiros. Então, surgia o Torino GV LS Volvo B58, com pintura amarela e algumas faixas que remetiam a raios coloridos. Em testes por várias capitais brasileiras, incluindo Goiânia, Porto Alegre e Salvador, em seguida ele é adquirido pela EMTU (in memoriam em breve) para operar no Corredor ABD, nas linhas São Mateus – Ferrazópolis e Ferrazópolis – Jabaquara, de acordo com o Douglas de Cezare em suas fotos em um grupo do facebook. Se não me engano, ele operou entre 1996 e 1997, quando depois, passou a fazer testes em várias empresas de ônibus aqui em SP. Possivelmente, este biarticulado antes de ser da Viação Campo Belo foi visto operando em caráter experimental nas linhas 6500-10 Term. Santo Amaro – Term. Bandeira e 9501-10 Term. Cachoeirinha – Paissandu, e vamos ver se alguém confirma nos comentários. No segundo semestre de 1998, o Ruas se interessou pelo veículo e o comprou, juntamente com 5 Caio Papa-Fila e 5 Marcopolo Viale, e que de acordo com o próprio Cezare, por coincidência também é Volvo B58.
Além disso, foi a deixa perfeita para a Transkuba, hoje KBPX, também investir nos biarticulados e fazer uma parceria com a Campo Belo, que durou até 2007. Eram 10 Marcopolo Viale, que faziam a linha 6451-10 Term. Capelinha – Term. Bandeira (via Marginal, Cidade Jardim). Mesmo antes do Interligado, era possível (mas raro) vê-los operando a 695T-10 Term. Capelinha – Metrô Vila Mariana (após o ano de 2006, eles eram apenas vistos nesta linha), e de acordo com um amigo meu no facebook, até mesmo na linha 5111-10 Term. Santo Amaro – Term. Parque Dom Pedro II (tanto a 5111, quanto a 6500 via Corredor Santo Amaro e a 6200 via Marginal, era operada por três a quatro empresas em formato de aliança: GATUSA, Viação Santo Amaro/Eletrosul, Viação Campo Belo e Transkuba. A Jurema, hoje Metrópole Paulista, não chegou a operar as linhas até os trólebus serem retirados do Corredor Santo Amaro, fazendo a empresa do Grupo VIP ficar exclusivamente com a 6500.).
Os biarticulados, no total de 21 até chegarem os Topbus, tinham portas elevadas, haja visto que eles iriam utilizar esta técnica “ao estilo Metrobus” no Corredor Itapecerica – João Dias, a partir do ano 2000. Com o início do Interligado e a reforma dos corredores pela Martaxa (eu fico indignado quando dizem: “ah, a Marta foi a melhor prefeita e o J.T. foi o melhor secretário de transportes, acredite e aceite”, quando na verdade, descredenciou importantes empresas de ônibus como a Eletrobus e a CCTC, este último rodava ônibus GNV de frota pública oriunda da extinta CMTC, e tirou 40% da rede de trólebus, tentou investir em veículos elétricos híbridos explosivos e mandou converter todos os ônibus a gás remanescentes da GATUSA, Sambaíba e Oak Tree [in memoriam] para DIESEL, deixando eu indignado), eles tiveram as portas rebaixadas para operar no que chamavam de Passa-Rápido.
Em 2007, a Viação Campo Belo decide que não vai mais ficar com os 10 biarticulados Papa-Fila e Viale, e os vende para a Viação Cidade Dutra (do mesmo grupo, hoje Viação Grajaú), onde operam exclusivamente as linhas 6960 e 6970, que iam do Term. Santo Amaro aos terminais Varginha e Grajaú. Além disso, outros articulados foram vendidos, como é o caso do Neobus Mega Evolution e Ciferal GLS Bus Volvo B10M, para a própria Cidade Dutra e VIP Guarapiranga. E mais do que isso, até os Millennium I Mercedes-Benz OH-1621 já surrados, são entregues para a Via Sul (Via Sudeste, atualmente). Com isso de frota pré-interligado, sobram os Caio Alpha MBB O400 UPA e Volvo B10M e o próprio Marcopolo Torino GV LS de prefixo 7 2333, e a VCB adquire em massa Mondegos e Topbus para substituir os veículos que foram “despachados”.
Alguns outros pequenos detalhes:
A – Quando operados pela Campo Belo, os 10 biarticulados e o 7 2333 rodaram também na 6450-10 Term. Capelinha – Term. Bandeira (via João Dias e Santo Amaro). Foram vistos na linha por várias vezes;
B – Com exceção do 7 2333, receberam o letreiro digital e rodaram até o fim com eles. Na contramão, a Transkuba colocou letreiro analógico de lona em todos os seus biarticulados em 2007;
C – Quando chegaram em 1998, até receberam algumas inovações tecnológicas como microfone, rádio AM-FM e câmeras de segurança que nunca foram utilizados em operação, apenas uma vez nos testes do Expresso;
D – Antes de ser da VCB, o 7 2333 tinha uma quinta porta no lado esquerdo, que nunca foi utilizada, sendo removida quando o veículo foi comprado pelo Sr. Ruas. Também o único biarticulado que rodou com 3 portas em ambos os lados no Interligado;
E – Para finalizar, tiveram VÁRIAS PINTURAS. A primeira que era amarela e detalhes do tipo de veículo foi entre 1998 e 1999, sendo a mesma da Gestão Celso Pitta (in memoriam) utilizada nos Millennium I padron e nos Caio Alpha a gás natural da GATUSA. Aí veio a invasão dos Busdoors: entre 1999 e 2001 operaram com anúncios em todo o veículo. Entre 2001 a 2002, com a proibição dos Busdoors eram totalmente amarelos, e em 2002 alguns receberam a envelopação do Corredor Inteligente (com direito ao mapa dos corredores 9 de Julho, Santo Amaro, Cidade Jardim, Marginal Pinheiros e Itapecerica) até o final do segundo semestre de 2004, quando receberam de vez a pintura do Interligado, remetendo a área 7.
